10 ANOS DA FILHA DOS MEUS SONHOS

Há 10 anos nascia a menina mais doce, mais intempestiva, mais carinhosa, mais teimosa, mais bonita, mais distraída, mais solidária e mais desafiante que conheço. Uma menina com vontade de conquistar o mundo, que enche uma sala de cada vez que entra nela. Uma menina sensível, capaz de ser destemida e frágil ao mesmo tempo, que compensa em mau génio a falta de confiança que tem em si própria.

Um furacão que age sempre antes de pensar, que nos conquista com graça e luz. Alegre conversadora, para quem, desde muito cedo, as palavras nunca foram demais. Enérgica, teatral, curiosa, com olhos imensos que encantam com quem se cruzam. Um sorriso aberto que nos aquece a alma.

Minha filha, contigo aprendi que existe um amor avassalador, sem condições e sem limites, que me encoraja a querer ser melhor pessoa a cada dia. E todas as noites, ao deitar, sinto-me grata por ter sido escolhida por ti para juntas partilharmos esta bonita jornada.

Parabéns meu amor, és tudo o que há de bom e és toda a minha vida!

TOMICAS COM 3 ANOS 4 MESES

É o rei dos beijinhos e dos abraços. Tão meiguinho que é sempre muito difícil zangar-me com ele. Quando se descuida e faz cocó ou chichi na cueca pede as desculpas mais doces e mais sentidas que desarmam os corações mais duros.

Adora comer bolachas, muitas nunca são demais, beber iogurtes de palhinha ou o leite simples pelo biberão, todas as manhãs. Nunca quer dormir à noite e a hora de brincar é sempre curta demais. É um exímio contador de histórias, sobretudo a dos 3 porquinhos, e está sempre a aprender palavras novas.

Ainda assim, apesar dos quase 18 kg e 102 cm, é um bebé grande, que adora colinho, que nunca quer estar sozinho, e que adora receber miminhos. "Mamã, brinca comigo", é a frase mais dita, logo a seguir a "não gosto de sopa", que acaba por comer sempre sem reclamar.

É um doce de menino, tão bonito que é frequentemente confundido com uma menina, muito por força da farta cabeleira clara e encaracolada que ostenta.

Faz muitas asneiras, adora atirar objetos pelo ar, sejam brinquedos ou outra coisa qualquer. A música põe-no a dançar instantaneamente e hino do FCP fá-lo vibrar e cantar com entusiasmo.

É um pedacinho de céu, dono de um sorriso que me enche o coração, cheio de graça. Sempre que olho para ele fico com vontade de congelar o tempo, porque gostava de o ter sempre pequenino, sempre inocente, sempre meu.

PARABÉNS LAURINHA

Minha querida Laurinha,

Ainda me custa a crer que a menina que ontem segurava no colo, hoje é mais alta do que eu e tem 18 anos.

Já disse no postal que te escrevi todas as palavras que me iam no coração. Espero que um dia essas palavras sirvam para te guiar nos momentos de incerteza, para te dar força nas decisões que terás de tomar, para aquecer a tua alma quando a vida te magoar.

Tenho orgulho na mulher em que te tornaste, nas coisas que já conquistaste - apesar de achares sempre que não eras capaz - e espero que com o passar do tempo consigas ver-te como eu te vejo. Acredita que todos os sonhos estão à distância da tua vontade. Por isso sonha e corre atrás!

Minha menina (serás sempre), procura encher o teu coração de amor, bondade e tolerância pela vida fora. Nunca escolhas a via do conflito e tenta ser um elemento apaziguador num mundo onde as pessoas nem sempre serão boas para ti. Que isso não mude a essência de quem és e que possas ser sempre uma boa pessoa. Que esse seja um dos teus objetivos de vida!

Estou certa de que essa buscar fará de ti uma pessoa muito feliz e no fundo é tudo o que mais quero para ti.

Vou estar sempre estar aqui para tudo o que precisares!

Um abraço apertado da tua Ni.

3 ANOS DE TOMICAS

Não tenho sido justa com o meu filho mais novo, sei disso. A Carol tem nestas páginas um registo precioso (pelo menos para mim) dos primeiros anos de vida dela e sei que tenho falhado com o Tomás.

Tenho falhado porque eu também já não sou eu, aquela a quem as palavras fluíam com naturalidade. Porque o tempo é uma variável que me escraviza. Porque me sinto sempre cansada.

E a verdade é que o Tomás fez 3 anos há mais de 1 mês e ainda não me dignei a fazer o registo. Mas hoje é o dia. Porque lhe devo isso, a ele e a mim!

Aos 3 anos o Tomicas mede 100 cm e pesa 16,4 kg. Está acima do percentil 85 em ambos os indicadores. Com a mesma idade, a Carol media 96 cm e pesava 14,5 kg.

Apesar do tamanho, o Tomicas foi sempre mais bebé, dormiu connosco até mais tarde (passou para o quarto dele aos 3 anos, com o incentivo da mana que se ofereceu para dormir no beliche de cima nos primeiros tempos), usou fralda até mais tarde (só desfraldou de dia agora em julho), ainda bebe leite no biberão, gosta de dormir abraçado ao quentinho, que ainda transporta todos os dias para a creche. É um mimo de menino, gosta de abraços, beijinhos, colinho, de dormir encostado, que lhe contem histórias. Já aprendeu a escrever o próprio nome, anda de bicicleta a alta velocidade, salta de alturas impensáveis, adora atirar coisas pelo ar e fala como um papagaio.

Tem medo de dinossauros (tive de substituir roupas de cama à conta disso), e de estar sozinho, não gosta de provar coisas novas e por isso ainda é muito básico a nível alimentar. Faz as maiores e mais originais birras. Bate forte e feio na irmã mas é nosso, e amamo-lo incondicionalmente.

Teve uma festa de 3 anos à maneira, com um bolinho feito pela mamã e decorado pela tia Catarina. Foi um dia bonito e ele estava feliz, que é tudo que me importa.

ATLETISMO, POIS CLARO

Não posso dizer que não influenciei, claro que uma vida dedicada à pista tinha que ter alguma influencia nela, mas não foi algo que eu tivesse forçado, pelo contrário, até fui adiando. O certo é que a Carolina estava sempre a cobrar "quando é que eu vou para o atletismo, mãe?", que acabei por a inscrever e lá está ela toda entusiasmada a praticar.

Por enquanto só vai duas vezes por semana, porque nas outros dois dias faz piscina, e por norma descansa à sexta, até porque à quinta tem educação física e depois natação. Na natação já está no último nível e nada muito bem. No atletismo, ainda é cedo para perceber, mas ela tem caraterísticas físicas interessantes, muita força e não é lenta. Falta-lhe alguma altura mas vamos ver no que dá. O objetivo é o de sempre: estar comprometida com a atividade mas, acima de tudo, ser feliz no tempo em que lá passa.

2 ANOS E 4 MESES

O Tomicas é um miúdo grande. Quando recebo vídeos da creche dá para ver bem que, em comparação com crianças da mesma idade, ele é matulão. Aos 2 anos e 4 meses mede 95 cm e pesa 14,9 kg (perdeu algum peso, porque tem comido pior, mas a pediatra desvalorizou). Também não pode tomar medicação para os enjoos antes dos 5 anos, por isso as viagens vão continuar a ser penosas. De resto, já fica relativamente bem na escolinha, quase sempre sem chorar, brinca e participa nas atividades com entusiasmo. Adora tudo o que inclua animais e vibra com a aula de música.

Por curiosidade fui ver o tamanho e peso da Carol com a mesma idade e, por comparação com a irmã, o Tomás é gigante. Aos 2 anos e 2 meses a Carolina media 89cm e pesava 13.7 kg mas, em compensação, falava como um papagaio, comia tudo sozinha e já não usava chupeta. Aprende puto ;)

Este início de ano letivo está a ser do mais cansativo que há. O Tomás sempre doente, nós também por arrasto, noites mal dormidas que são quase todas, muito cansaço, desmotivação e muita dificuldade em nos adaptarmos todos às novas rotinas. Não está a ser nada fácil!

Entretanto, a boa notícias é que o Tomás aceitou finalmente comer a sopa da escola e já não preciso de mandar a de casa. Mas fora isso não come mais nada. Não quer arroz, não quer carne, peixe, nada. Só pão e às vezes lá aceita comer massa. Está a anos luz de deixar a chupeta, o leite ao deitar e a fralda mas por agora já ficava feliz se ele não passasse a noite a despertar e a espetar os pés nas minhas costelas.

PRIMEIRO DIA DE ESCOLA

O primeiro dia de creche do Tomás não foi nada fácil. Chorou muito, veio sufocado, não comeu nada e deve ter pensado que foi abandonado pela mãe.

O dia seguinte foi pouco melhor e durante duas semanas o Tomás simplesmente recusou-se a comer na creche. Ao 11º dia conseguiram que miraculosamente comesse a sopa e, daí para cá, têm conseguido que coma pelo menos a sopa, que mando de casa. Às vezes lá come um pouco da refeição principal, sobretudo quando é massa.

Mas, quase um mês depois do início, ainda continua a chorar desesperadamente sempre que o deixo de manhã. Dizem-me que depois se acalma, brinca e passa bem o dia. De facto, quando o vou buscar, está sempre sorridente e bem disposto. Mas deixá-lo naquele estado, quando me implora que fique ou que não o deixe, custa muito.

E assim voltaram as minhas crises de intestinos, a falta de apetite, o mau estar constante, o cansaço, o sono, a exaustão total. É assim que ando há duas semanas, quando já tinha ganho uns kilos valentes e achei que me tinha visto livre da tormenta que é ter um intestino sensível a tudo.

Para registo, fica também a primeira falta do Tomás à creche. Ao 22º dia ficou de molho, com febre e dores de ouvidos.

Primeiro dia de escola

Já em casa, adormeceu na cadeira de comer, a soluçar, no primeiro dia

No dia em que comeu a sopa na escola, pela primeira vez, levei-o ao parque