terça-feira, 18 de setembro de 2018

A MELHOR BANDA DO NORTE DE DUBLIN

"A melhor banda rock do norte de Dublin" apresentou-se ontem em Lisboa, no Altice Arena, para um espetáculo simultaneamente megalómano como intimista. Apesar das 20 mil pessoas dentro da sala.

A digressão "Innocence + Experience" não é para quem vai à espera de ouvir os grandes êxitos dos anos 70 e 80 da banda. É uma digressão para fãs e, em última instância, para quem gosta de espetáculos musicais.

A narrativa é confusa, mistura realidade com ficção, passado com futuro, inocência e experiência, ascensão e redenção. É uma história. Uma história contada com humanismo, verdade, emoção e muito espetáculo visual. Uma história onde os "4 rapazes de Dublin" nos falam de humildade, de amor, de respeito, de união, de paz, de compreensão, de democracia e de igualdade.

A atenção ao detalhe é absolutamente irrepreensível. O espetáculo é impressionante. Tanto que, a dado momento, sentimos que estamos num videoclipe vivo. E é aqui que a palavra redenção faz mais sentido para mim. Porque a crença que depositam nas canções é tão evidente e tão comovente que não é preciso muito mais para que a magia aconteça. God bless @U2









segunda-feira, 17 de setembro de 2018

(MAIS UM) PRIMEIRO DIA

Segunda-feira, 9:00, chego à porta da escola e penso se daqui a um ano, por esta altura, a Carol já vai estar a iniciar a escola primária.

Saber que este pode ser o último ano de brincadeira para a minha pequenita é um misto de sensações. (E isso sou tão eu!) Esta coisa dela crescer sem parar é, simultaneamente, um grande motivo de orgulho e felicidade, como uma enorme nostalgia. Tenho saudades de a guardar no colo e de a apertar no peito (sem que me tente afastar ao fim de 2 segundos) ou de a sufocar de beijos (sem que ela limpe a cara de imediato). A minha menina é cada vez menos minha e, por mais que eu sinta que não há nada que possa quebrar este vínculo, sei que o tempo tende a levá-la um pouco para longe de mim. Sei que com o passar dos anos a vou ver ganhar asas e traçar o seu próprio caminho. E a verdade é que, lentamente, vou-me preparando para o dia em que vou chegar a casa e ela não me vai receber com aquele grunhido cheio de mimo"mamã!" e aqueles braços fininhos agarrados à volta do meu pescoço. E a ideia desse dia aterroriza-me. Não sempre. Mas sempre que penso nisso.

Mas enquanto o dia não chega vou aproveitando os abraços, guardando num cantinho preciosos essas memórias, esses cheiros e esses momentos indescritíveis. Vou fotografando cada regresso às aulas. Cada sorriso entusiasmado por rever os colegas. A mãozita dela agarrada à minha quando a deixo à porta da sala para conhecer a nova professora e a promessa de que se vai portar bem e não desobedecer.

Numa mão a lancheira. Na outra uma boneca. Nas costas a mochila.
No coração, uma mão cheia de sonhos...