A BOLA

O mês de abril foi duro. O Porto entregou o campeonato, segue a gatunagem do costume e eu sofro. Sofro porque gasto muito dinheiro com a bola e custa um bocado ver a equipa jogar mal e arrastar-se. Mas custa ainda mais ver o adversário arrastar-se igualmente e mesmo assim ganhar, seja de maneira for. Mas não queria escrever este texto para falar bola.

Lá para junho já me esqueci e vou estar super entusiasmada com a próxima época. Cheia de esperança a renovar o meu lugar anual. E está tudo bem. Só que não está. E custa-me admitir que até tenho vergonha de gostar de futebol e de dar para esse peditório quando sei, perfeitamente, que é tudo uma imundice. Mas não queria escrever este texto para falar bola.

Por isso vou falar do tempo bom, que chegou finalmente, e do fim-de-semana tão agradável que tivemos, não fosse o rabo do Alex Telles ou a falta de vista do Soares Dias. Mas não queria escrever este texto para falar bola.

A Carol já anda na bicicleta grande, com rodinhas, e safa-se bem. Deu dois trambolhões mas nada que a impedisse de se divertir à grande no aniversário que teve à tarde. Estava tudo a correr lindamente, não fossem os pesadelos que tive à noite, com um padre corrupto chamado João Pinheiro.

Verdade que não queria escrever este texto para falar bola, mas a bola não me sai da cabeça.

ENTEDIADA

Domingo, 15:00
E eu o pai estamos a montar um roupeiro e mini C. quer muito ajudar. O pai deixa. Dá-lhe ferramentas e explica-lhe o que pode fazer. Ela toda contente ajuda no que pode (e atrapalha) mas lá se mantém entretida. Chega a fase de apertar dobradiças e ela não consegue ajudar. Começa a ficar impaciente:
- Mamaaaaã posso dizer-te uma coisa?
- Podes filha, o que se passa?
- Estou entediada.
- Estás o quê?
- Entediada.
- Tu sabes lá o que é estar entediada Carolina.
- Sei sim mamã. É estar aborrecida.

Arregalo os olhos, o pai olha para mim e sorri. Juro que não dei pelo tempo passar.
São 5 anos, feitos em novembro.

CASINHA DE CARTÃO

Um domingo cinzento e muito cartão que sobrou da montagem de um roupeiro.
Cola quente, imaginação, boa vontade, algum jeito e, sobretudo, muita vontade de ver a filha sorrir.
Foi assim que o pai se lançou na construção de uma mansão de brincar para a Carolina. Levou algumas horas e muita paciência mas ela ficou tão feliz com o resultado que valeu tudo a pena.

Tínhamos apostado que a casa não durava 2 dias mas, surpreendentemente, já lá vão 15 e continua intacta. Está crescida a nossa terrorista :)

PROGRAMAS DE DOMINGO

Há uns dias levei a Carolina à Casa da Música para assistir a um concerto infantil. Fui com amigas e os filhos bebés. Não adorei, confesso, e ela achou uma seca. Supostamente era para crianças até aos 6 anos mas acho que era indicado para até aos 3, no máximo.

Mas portou-se bem, esteve quase sempre no meu colo a perguntar se faltava muito para acabar, e no geral a tarde foi divertida. Deu a mão aos bebés e encarnou lindamente o papel de muito crescida e responsável.

Fizemos a viagem de metro, uma estreia para ela. Ia cheia de medo mas depois achou o máximo. À chegada demos um salto à rotunda, onde andou a correr atrás dos pombos mas o que ela gostou mesmo foi de escorregar nas rampas de skates em frente à Casa da Música. Esta filha transforma qualquer programa numa diversão :)