Palminhas

O Tomás tinha 10 meses e nada de bater palmas. Bem me esforçava por ensinar mas ele ficava a olhar especado e nada. Os meus miolos começaram a dar tilt porque Deus sabe como vivo obcecada com os marcos de desenvolvimento. Não porque queira que ele seja o primeiro em tudo, longe disso, mas porque preciso de ter a certeza que ele está bem, que está a desenvolver-se dentro do expectável, que não tem problemas de qualquer espécie.

Assim, as palmas, ou a ausência delas, estavam a tirar-me noites de sono. Um dia até partilhei essa preocupação com amigas e nesse mesmo dia, apanhei-o assim, na sala, sozinho. Tinha 10 meses e meio. 4 dias depois começou a andar sozinho.

PRIMEIROS PASSOS

Dos 10 para os 11 meses o Tomás registou um desenvolvimento muito grande. Primeiro começou a gatinhar, algo que nunca fez com especial prazer - só mesmo quando necessário para chegar a alguma coisa que lhe interessasse - depois aprendeu a bater palminhas, e agora é um forrobodó de palmas a toda a hora, e por fim começou a andar. Já andava agarrado mas um dia tentou andar sem apoio e correu bem, então siga. Nunca pensei ter um prematuro que começasse a andar aos 10 meses mas o Tomicas está empenhado em provar que prematuridade não é documento.

Na consulta dos 10 meses pesava 10780 e media 75 cm. É um bebé muito sorridente e bem disposto. Vemo-nos perdidos para o adormecer à noite mas, felizmente, tem dormido quase sempre durante a noite e já só acorda para comer muito raramente. De manhã quando acorda, dá-me logo beijinhos, é a coisa mais doce e mais querida que consigo imaginar. É um amor de filho, tão gordinho e tão bem disposto que tenho dificuldade em não passar o dia a enche-lo de beijos.

Está quase a fazer 1 ano e custa-me tanto aceitar. Podia jurar que há dois dias estava grávida e que ele nasceu ontem.