sexta-feira, 29 de abril de 2016

O PIOR É MESMO NÃO PODER COMER!

Pois é, ainda cá estou!
Uma constipação prolongada obrigou ao adiamento da cirurgia e, consequentemente, a mais uns dias de cozidos e grelhados. Acho que estou a ficar habituada a isto e sinceramente, já não me custa assim tanto. O único mal é que tenho muito mais fome e como muito mais. Acabo de almoçar e já estou a pensar no lanche e basicamente a minha vida tem-se resumido a isto. Sinto a falta do chocolate, há 3 semanas que nem o cheiro. Café e chá preto nem pensar e a ingestão de gorduras reduziu-se a zero. Nem estufados/guisados, nem assados e muito menos fritos. E dói meus amigos, dói mesmo...

Não sou a favor de radicalismos em nada na vida. Nem oito nem oitenta. Na alimentação não podia ser diferente. Evito os fritos e os assados (até porque não sou grande apreciadora), privilegio os grelhados (porque tenho mais facilidade em digerir alimentos com pouca gordura), não como carne de porco, mas também não sou obcecada pela alimentação e muito menos pelo meu corpo. Acho que em tudo na vida deve existir equilíbrio. Por isso quando como uma francesinha ou uma pizza, faço-o com enorme satisfação e sem qualquer peso na consciência.

A minha balança, essa, não se queixa. O bom de todo este processo foi a facilidade com que os kg a mais se foram. Manter-me abaixo dos 60 kg é coisa que já não me acontecia há anos, muitos anos e, obviamente também reflete uma enorme perda de massa muscular. Também é verdade que se a quiser recuperar basta introduzir alguns exercícios de musculação no meu treino semanal e está feito. Mas por agora o desporto está em stand by. Os meus esforços estão concentrados em impedir que a minha vesícula volte a dar problemas, e por isso, até à operação, não há corridas para ninguém.


quarta-feira, 27 de abril de 2016

EU NA COZINHA #10

Para o aniversário do Ricardo não comprei quase nada, a não ser o próprio bolo de aniversário. Fiz tudo em casa, fica muito mais saboroso e é mais saudável. Testei duas receitas novas e estão aprovadas.

A primeira foi este bolo de laranja que é fofo, húmido e delicioso.



Ingredientes: 
- 6 ovos
- 150 gr de açúcar
- 150 gr de farinha com fermento
- 3 colheres de sopa de óleo
- 70 ml de sumo de laranja
- Raspa de 2 laranjas
- Sumo de 2 laranjas

Preparação: 
Bater 3 ovos inteiros e 3 gemas com o açúcar e, separadamente, as restantes 3 claras em castelo. Juntar a esta mistura 70 ml de sumo de laranja, 3 colheres de óleo, farinha e raspas da laranja. Acrescentar as claras batidas em castelo. Colocar numa forma de bolo bem untada com manteiga e salpicada com farinha e levar ao forno a 185ºC por 20 minutos ou até o bolo estar cozido. Desenformar com cuidado, picando com um palito a parte de cima do bolo. Por fim, verter por cima o sumo de 2 laranjas enquanto o bolo está quente. Eu fiz um upgrade e raspei por cima do bolo duas barrinhas de chocolate Kinder. Ficou top!

Fiz também esta bola de carne transmontana. Não a provei mas o marido disse que estava ótima. Não é daquelas que a massa fica alta e fofa, é uma bola com massa mais fina que é como preferem lá em casa.



Ingredientes para a Massa:
500g de farinha
6 ovos
25g de fermento padeiro
2 chávenas de leite
Azeite, ketchup, sal e salsa picada q.b.
Uma colher de café de açúcar

Ingredientes para o Recheio: 
500g de carne ao todo (usei paio, bacon, fiambre e chourição)
5 fatias de queijo flamengo

Preparação: 
Misturar o fermento com o leite morno e mexer. Juntar os restantes ingredientes e bater. Após a massa feita, num tabuleiro de ir ao forno forrado com papel vegetal, deita-se uma camada de massa fina e espalha-se até cobrir o fundo. Preenche-se uma camada de carne variada, e novamente a camada da massa. Levar ao forno previamente aquecido a 200º durante, aproximadamente, 30 minutos.

terça-feira, 26 de abril de 2016

FIM-DE-SEMANA GRANDE

Deviam ser todos assim. Grandes, quentes e sem preocupações.
Foram 3 dias de boa disposição, risos, algum descanso e tempo de qualidade. Fomos à praia, duas vezes, andamos de bicicleta e de trotinete. Ficamos corados do sol e entramos na nova semana com energia renovada.
No sábado, o Ricardo fez anos. Casa cheia como nós gostamos, dos risos das mais pequenas, das mesmas histórias repetidas vezes sem conta, da família que só vemos nestas ocasiões, da satisfação genuína por mais um ano passado.
A primavera parece ter chegado para ficar e eu já só consigo pensar nos dias passados ao sol, na caravana e no campismo, na sardinha assada a pingar em cima da broa, no meu terraço que está quase, quase pronto! Pensamentos felizes que é tudo o que eu preciso agora ;)






quarta-feira, 20 de abril de 2016

A CIRURGIA

Vinte e nove de abril. A data está marcada e eu estou longe de me sentir confortável com isto. É sempre assim quando não consigo compreender alguma coisa. Quando tento encontrar lógica e não sou capaz. Não consigo controlar. Não depende da minha vontade.

A minha vesícula vai-se embora e eu tenho duas opiniões médicas totalmente distintas. Tira e não tira. Quero ver-me livre disto rapidamente, admito. Mas mais do que isso, aquilo que quero mesmo, (com todas as forças e acima de qualquer coisa), é viver para ver a minha filha crescer. Esse é o grande (e único) desejo/objetivo que tenho na vida.

terça-feira, 19 de abril de 2016

ADEUS FRALDA NOTURNA

Eu continuo a por-lhe a fralda de noite, por descargo de consciência, mas realmente não é necessário. A Carol nunca mais fez chichi desde que deixou a fralda de dia. Quando calha de adormecer sem ter ido à casa de banho, acorda e pede para fazer chichi.
Claro que ajuda o facto de ela não beber muitos líquidos. Durante o dia ainda vai mas depois de jantar nunca pede. Mesmo durante o dia, fora das refeições, temos de insistir para que ela beba água. É fã de leite, iogurtes líquidos e sumos de fruta mas água nem por isso. É preciso estar sempre a empurrar. Admito que isto ajudou no processo de desfralde noturno.
Moral da história: não vale a pena tentar antecipar o timming deles, quando estiverem preparados são capazes de tudo. Quando não estão, é melhor esperar que chegue o momento adequado.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

FIM-DE-SEMANA EM CAMINHA

Depois daquelas 48 horas no hospital tudo o que eu precisava era um fim-de-semana off para carregar baterias (e ânimo). Já tínhamos marcado há muito um fim-de-semana no Hotel Porta do Sol, em Caminha e, como a minha vesícula deixou, acabamos por ir.
Foi muito agradável. O hotel tem uma localização incrível, nas margens do rio Minho. A vista é fabulosa. O quartos espaçosos e muito bonitos. Tem uma grande piscina exterior e um SPA bastante completo. Acabei por fazer uma massagem que me soube pela vida e o único senão foi mesmo a dieta que tive de fazer, mas faz parte!
O domingo esteve fabuloso e acabamos por ir almoçar a Viana, numa esplanada. O sol retempera-me sempre mas não sei se foi por ter estado tão deprimida, se pela chuva que se tem abatido sobre nós, dei um valor incrível ao dia de ontem e hoje sinto-me, definitivamente, mais motivada para enfrentar esta semana de trabalho :)

Venham mais como este!









quinta-feira, 14 de abril de 2016

quarta-feira, 13 de abril de 2016

A FALÊNCIA DO SNS

Passei os últimos dois dias na urgência de um hospital público, mais concretamente o Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos.
Saí de lá completamente chocada.
Entrei à 1h da madrugada, com pulseira laranja, a segunda mais urgente e, verdade seja dita, fui atendida de imediato. Queixava-me de dor abdominal forte e deram-me logo medicação para atenuar. Fiquei mais confortável. Fiz análises ao sangue e avisaram-me que teria de esperar pela manhã seguinte para fazer uma ecografia. Deitei-me numa maca e lá fiquei, a tentar dormir para o tempo passar mais depressa. De manhã, às 9h00 o serviço estava calmo. Fiz a ecografia e novas análises ao sangue mas os valores alterados das análises obrigaram a que a minha estadia se prolongasse mais que o previsto. E assim fui ficando, na mesma maca, noutro corredor. Corredor esse que começou a encher-se de gente por volta da hora do almoço e às 16h00 estava em colapso total. Macas de um lado e do outro, cadeiras de rodas, a sala de espera sem uma única cadeira para alguém se sentar. Os acompanhantes em pé, nos corredores junto dos doentes, na sua maioria idosos, alguns dementes. Muitos gritos, pessoas aos vómitos, ossos partidos. Pessoas a reclamar por não serem atendidas. Vi de tudo naquela tarde. E só dois enfermeiros, vermelhos como tomates de tanto correr. Não os vi sair para comer. Pediam desculpa por estarmos no corredor.
- Eu sei que estas condições são desumanas mas não temos mais nenhum sítio - desculpavam-se.
Senti pena, pena das condições de trabalho miseráveis daquelas pessoas. Pena daquilo em que se transformou o nosso sistema nacional de saúde.
O dia findou e eu não teria outra alternativa que não ficar no corredor novamente, mais uma noite. Estava cansada, agoniada com toda aquela miséria, farta de ver e ouvir pessoas com queixas. A médica percebeu o meu estado de espírito e sugeriu que fosse passar a noite a casa, uma vez que durante a noite não iria fazer qualquer tratamento. Assim fiz. Tomei um banho, dormi na minha cama e às 9h00 da manhã já lá estava de novo. Nada se parecia com o hospital que tinha deixado na noite anterior. O dia foi agitado mas em nada comparado com aquela segunda-feira.
Nessas 48 horas em que estive no SU, não encontrei um único profissional antipático ou menos atencioso. Desde auxiliares a médicos, passando por enfermeiros.
Vi pessoas esforçadas, a trabalhar sem condições e lamentei profundamente que nenhum dos nossos governantes tenha de passar por isto quando tem um problema de saúde.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

AS MINHAS CORRIDAS

Arranjei um esquema 5 estrelas para fazer as minhas corridas! Levo um saco para o trabalho e às 18h00 equipo-me e vou para casa. Pelo caminho paro junto ao rio, faço o meu treino e sigo viagem. Está a resultar lindamente! Consegui fazer 3 corridas em menos de oito dias e, pela primeira vez desde que iniciei este périplo, fui capaz de correr mais de 4km seguidos. Nos dias em que me sinto mais cansada, tento nunca desistir antes do mínimo que estabeleci (25 min). Quando me sinto melhor também não me excedo muito para poder ir melhorando aos poucos. A motivação para mim é muito importante e preciso de ter metas simples que possa ir alcançando gradualmente. A velocidade não é o mais importante nesta fase (tenho corrido a 7 minutos/km). Daqui a uns tempos, quando estiver  mais bem preparada, começo a tentar aumentar a velocidade para correr maior distancia em menos tempo.
A nortada que se fez sentir esta semana também não ajuda nada dado que metade do trajeto tem de ser feito com muito vento contra, mas pelo menos está sol! Parece que amanhã regressa a chuva e aí é que vão ser elas!

quinta-feira, 7 de abril de 2016

É TÃO BOM SER CRIANÇA

Sempre tão ansiosa por ver as fotografias que mal consegue ficar direita e quieta durante dois segundos. Sempre elétrica, sempre a papaguear ou a perguntar alguma coisa, sempre tão curiosa...
Embora eu tenha muitas saudades de quando ela era bebé, admito que esta fase é incrivelmente cómica. Achamos graça a quase tudo o que ela faz, rimo-nos das mesmas parvoíces, dizemos palermices, saltamos e fazemos coreografias com ela, só para a ver sorrir ou para receber aquele abraço tão doce no final. Entusiasmamo-nos com as conquistas dela, achamos que é a maior do mundo, inchamos de orgulho quando desenha a nossa cara (ainda que não passem de rabiscos, conseguimos sempre rever-nos nessa arte abstrata) ou quando diz "mamã amo-te muito". Fechamos os olhos só para ouvir as gargalhadas dela, porque, para nós, não há nada melhor na vida e tudo o que queremos é reter essas memórias para sempre!




terça-feira, 5 de abril de 2016

O QUE HÁ DE NOVO

Mal começa a cheirar a primavera já só consigo pensar em roupas frescas, padrões alegres, floridos, sandálias e chapéus.
Tenho imensa coisa debaixo de olho mas não dá para comprar tudo como é evidente. Para já estes são que que já moram lá em casa.

Vestido ZARA

Casaco Vertbaudet

Vestido Zippy



sexta-feira, 1 de abril de 2016

DIA MUNDIAL DE CONCIENCIALIZAÇÃO DO AUTISMO

Não é hoje. É só amanhã. O dia mundial de consciencialização do autismo.

Não, não acontece só aos outros. Pode acontecer a qualquer um. Só ignoramos esta realidade até ao dia em que ela nos bate à porta. Não se deteta em ecografias nem análises de sangue como tantas outras doenças que receamos quando estamos à espera de um filho. Só queremos que seja "perfeitinho", pensamos. E tão perfeito nasce o autista! O diagnóstico chega tardio e silencioso.

E não, ninguém sabe verdadeiramente o que é o autismo até ver. Até conviver com alguém com a perturbação. Até lhe ver as mãos cheias de calos das mordidelas constantes. Até desesperar com o seu desespero. Até acordar a meio da noite, várias noites a fio. Até não saber o que fazer para que se acalme. Até vê-lo crescer e pensar que um dia será adulto e autista.

Ninguém sabe o que é o autismo até ver. Eu não sabia. Agora sei.

E conheço bem o estigma em relação a estas crianças. Estigma dos pais e estigma dos próprios miúdos. São cruéis. Preferem descriminar e pensar que só acontece aos outros. Acreditem, pode acontecer a qualquer um.

Estima-se que, a nível mundial existam cerca de 70 milhões de pessoas afetadas por perturbações do espectro autista. Um estudo norte-americano de 2014 indicava que uma em cada 68 crianças sofria de perturbações do espectro autista. Ainda vos parece uma possibilidade assim tão remota?

Sabiam que os apoios para estas famílias são ridículos?
Sabiam que não há uma única instituição pública na zona do Porto (e privada só conheço uma, que é inacessível à maioria das famílias) que acolha crianças com autismo depois das aulas?
Sabiam que, perante a inexistência dessas instituições, os pais, que precisam de trabalhar, têm de colocar os filhos com autismo no ATL, e recebem queixas constantes dos pais dos meninos "normais", que se sentem perturbados pelos meninos com autismo?
Sabiam que os pais dos meninos com autismo abandonam o trabalho mais cedo para ir buscar os filhos ao ATL, antes que cheguem os meninos "normais"?

Mas que raio de sociedade é esta? E que raio de pais são estes? Que educação e valores tão podres estão a transmitir aos filhos?

Como é que podemos aceitar, integrar aquilo que não queremos compreender, aquilo que preferimos ignorar?

Dia 2 de abril é dia mundial de consciencialização do autismo. Vistam uma peça de roupa azul pelo movimento Light it Up Blue. E se algum dia se depararem com esta realidade, por favor, sejam mais tolerantes e menos egoístas. A vida já é suficientemente madrasta para estas pessoas. Não vamos ser mais uma pedra no caminho.