quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

SENTADO SEM APOIO

Tenho ideia que a Carol também começou a sentar-se sem apoio aos 6 meses por isso, embora ele seja significativamente maior e mais pesado, já tem força para aguentar as costas e a cabeça durante bastante tempo. Quando a Carolina atingia estes marcos eu ficava super feliz e fazia uma grande festa, mas desta vez estou em negação. Não quero que este meu último bebé cresça tão depressa, quero aproveitar esta fase de colinhos e maminhas pelo máximo de tempo que puder porque sei que se encerra um ciclo e não consigo evitar sentir alguma nostalgia.

Os 6 meses coincidiram também com o natal que este ano foi tranquilo e sem a algazarra de outros tempos. Não foi mau mas foi quase um dia como os outros. O Tomás foi dormir às 23:00 e só abriu os presentes dele no dia seguinte. De resto, foi sossegado e sem sobressaltos.










quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

6 MESES DE TOMÁS

Este último mês foi dose. Apanhamos covid.19, tentaram-nos burlar em 1107€ e o carro do Ricardo foi para a sucata. A boa notícia é que sobrevivemos e estamos cá para contar a história.

Feito este pequeno prólogo, vamos ao bom. Aos 6 meses o Tomás pesa 8015 e mede 67,5 cm. Está um gordão, muito bem disposto e sorridente. Passa a vida com as mãos na boca, só quer maminha e andar ao colo, come muito bem, dorme mais ou menos e é a alegria da casa. Que lufada de ar fresco num ano tão duro!

O Tomás é daqueles bebés que apetece apertar e comer. É mesmo rechonchudo, tem pouco cabelo e um sorriso de derreter qualquer um. Já se consegue virar quando deitado de barriga para baixo e já dá gargalhadas. Adora a árvore de natal e quando consegue tenta arrancar as bolas com toda a força para as levar à boca. Não se entretém muito tempo a fazer a mesma a coisa e exige que estejamos constantemente a arranjar novas coisas para o entreter. Ainda assim, é a coisa mais boa deste mundo.









sexta-feira, 20 de novembro de 2020

RISOTINHAS

 Como não morrer de amor por ele?



5 MESES - PESO E MEDIDA

Aos 5 meses e meio o Tomás pesa nada mais nada menos do que 7920 e mede 67 cm. É muitoooooo maior que a irmã que aos 5 meses pesava 6500 e media 61 cm. É grande mas ela era muito mais despachada. Já se virava na maior, e também era muito melhor para comer e dormir. Não somos todos iguais não é verdade?

O leitãozinho já vai fazendo umas habilidades, já dá umas gargalhadas de vez em quando, já não pede tanto colo e em geral noto-o mais sereno. Um passo de cada vez :)

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

5 MESES DO MELHOR DO MUNDO

Custa a crer que já passaram 5 meses deste gordo fofo e bom. Peso e medida oficial só mesmo dentro de alguns dias. Na última pesagem, a 22 de outubro, estávamos nos 7,2 kg. Uma pequena lontra, portanto.

Tem sido duro e exigente. O segundo filho não é mais fácil do que o primeiro, bem pelo contrário e este é um bebé exigente. Quer muito bolinho, muito miminho e muita atenção só para ele. Ainda assim, é a melhor coisa do mundo. É uma brisa fresca, é luz e é vida. De manha acorda com maior sorriso do mundo. Dá santinhos e gritinhos, mexe muito as pernas e os braços quando nos vê. É uma alegria que contagia e nos enche o coração de esperança. Mesmo quando lá fora o mundo parece querer desmoronar.

A vida é boa demais com ele e, hoje, dia em que regresso ao trabalho, a minha cabeça está em casa, Será que já acordou, comeu, chorou? Estará bem disposto? E a minha mãe que assumiu esta tarefa de tomar conta dele, a quem agradeço por tudo o que tem feito por mim, como se estará a aguentar? Tenho tanto medo de a sobrecarregar. 

A Carol está entregue ao meu pai. Sobre ele recaiu a responsabilidade de a transportar para a escola e esse também é um descanso.

Este primeiro dia é sempre estranho. É chegar, arrumar a secretária, ler e-mails e tentar começar a apanhar o combóio. De resto é passar o dia a sentir que não pertenço aqui e contar as horas para regressar a casa.

Amanhã é melhor!








terça-feira, 20 de outubro de 2020

OS SÓLIDOS

Achei que este dia ia chegar mais tarde mas uma vez que vou trabalhar daqui a menos de um mês a pediatra achou por bem fazer já a introdução alimentar, enquanto ainda estou por casa.

Tal e qual como a Carol o Tomás começou a comer sopa (cebola, cenoura e batata) e fruta (ontem pera, hoje maça). Ao início não estava a correr muito bem mas a partir do meio ele começou a perceber melhor o que deve fazer. Tenho ajudado com a chupeta porque ele ainda é pequenote e ainda está muito verde. 

Ainda assim, hoje já despachou a sopa toda e mais de metade da fruta, isto uma hora depois de mamar! Nada mau para um nico que nasceu com 34 semanas e que ainda só tem 4 meses e meio.

Entretanto, mantenho o leite materno nas restantes refeições e o LA antes de dormir, para ver se aguenta mais um bocado. Tem dias, a maior parte das noites acorda ali entre as 4 e as 5 mas varia. Esta noite pouco passava das 3! Isto lá para 2025 devo voltar a conseguir dormir uma noite seguida.




sábado, 10 de outubro de 2020

4 MESES

O Tomicas fez 4 meses e está cada dia mais delicioso. Só se quer rir, estar em pé, ou sentado. De repente cansa-se, faz uma birra e dorme, de preferência num colo qualquer, se bem que já vai aguentando melhor no berço. E assim se vão passando os dias e as noites, muito mais tranquilos que no início.

A habilidade mais recente foi sentar-se sozinho, ainda não consegue ficar com as costas direitas mas inclinado para a frente já se aguenta um pouco. Rebolar, que era algo que supostamente já deveria conseguir fazer, nem pensar. Não gosta nada de estar deitado de bruços.

Ontem foi dia de vacinas em dose tripla, coitado, e hoje foi à pediatra. Este pequeno folião já pesa 6890 e mede 60 cm. Um texugo, portanto. Coisa boa da mãe.

Ainda só mama leite, quase exclusivamente materno. À noite está sempre mais esfomeado por isso atesto-lhe com um biberão de 90 ml de leite NAN1 e ele geralmente adormece pouco depois, por volta das 22:30. Só volta a acordar às 5/6 da manhã. Nada do que me queixar, portanto.

Entretanto, a minha licença está quase a acabar e, se tudo correr bem, dia 16 de novembro regresso ao trabalho.








quinta-feira, 8 de outubro de 2020

BRINCAR AO COVID

- Carol, o que aconteceu?

- Caí no recreio.

- Caíste como?

- A jogar ao Covid.

- Oi? Como assim?

- Sim mãe, um dos meninos é o infetado e os outros têm que fugir. Eu corri muito para não apanhar Covid e caí.

- E depois?

- O Covid apanhou-me.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

3 meses

A minha vontade de escrever não é a mesma de antes. De repente as palavras não fluem com tanta facilidade e guardo os (raros) momentos em que o Tomás está a dormir na caminha dele para fazer outras coisas que me parecem sempre prioritárias.

Com quase 4 meses o Tomicas é o bebé mais lindo de sempre. Muitos dizem que é uma Carolina em versão rapaz mas, apesar, das inegáveis parecenças com a irmã, acho mesmo que este é parecido comigo, pelo menos comparando com fotos que tenho em bebé.

Em termos de tamanho e peso tem muito poucas semelhanças com a irmã. Aos 3 meses o Tomás pesava 5500 e media 56 cm e daqui a nada já tem 4 e eu juro que não dei pelo tempo passar. A Carolina era uma frangainha ao pé dele.

Continua a mamar nas maminhas, está sempre agarrado a elas na verdade, mas à noite já lhe dou sempre suplemento porque ao fim do dia está sempre mais esfomeado. Apesar disso, as noites continuam a ser miseráveis (muita agitação e pouca vontade de dormir na cama dele) mas durante o dia está cada vez menos chorão e até o umbigo está a voltar ao sítio.

É o menino da casa, as irmãs adoram-no. A Carolina não entra nem sai de casa sem dar um beijo ao irmão e, antes de dormir, também vem sempre despedir-se. É um encanto que me enche o coração. A Iara já é uma mulher, já ajuda nos banhos, adormece-o e trata-o como filho.

Já toma banho de chuveiro porque deixou de caber na banheira e gosta muito. É um bebé muito bem disposto, chamo-lhe risotinhas, porque pouco é preciso para arreganhar a tacha.

E pronto, é isto, cansada, cheia de sono, farta de estar em casa, mas mais feliz não dá.










quarta-feira, 19 de agosto de 2020

DOS DIAS DIFÍCEIS

Ser mãe custa. E dói. E cansa.

Que ninguém me diga o contrário. Compensa? Claro que compensa. Mas é tudo menos fácil.

Este segundo filho veio mostrar-me que, embora dois bebés possam ser igualmente fofos, não são iguais e conseguem ter comportamentos muito diferentes. Com os meus filhos é exatamente assim. A Carolina foi um bebé muito mais tranquilo, dormia bem durante a noite e até durante o dia. O Tomás é chorão, tão chorão que até conseguiu fazer uma hérnia umbilical. Só está bem ao colo, na mama ou deitado de barriga para baixo. Se não for assim não sossega. Está a dormir tranquilamente no colo, assim que o pouso na cama ele começa a contorcer-se e abre um choro desgarrado. Acho que já tentei de tudo, soutiens na cama, t-shirts, white sounds, chupeta com aero-om, fraldinha na cara, swaddle, nada resulta. Onde vai dormindo mais ou menos é na minha cama encostado ao meu peito. E mesmo assim, nos dias maus nem isso.

Com 2 meses e meio o máximo que o Tomas aumentou sem comer de noite foram 5 horas. O normal são as 4 horas e nos dias maus 3. E custa muito. Estou exausta.

Tirando isso é um amor de bebé. Já passa algum tempo acordado, já se ri imenso e está tão gordinho que apetece comer. É um amor, delicioso que só ele, uma paixão só.

Confesso que desejo ansiosamente poder dormir de noite. Não lido nada bem com a privação de sono mas, ou muito me engano, ou a procissão ainda vai no adro. A ver vamos!






quarta-feira, 5 de agosto de 2020

2 MESES

Este meu pedaço de céu mais pequenino tem agora 2 meses. Apesar de todas as aflições, noites mal dormidas e cansaço extremo, sinto que o tempo está a voar. Este meu último tempo com um bebé de colo. Este encerrar de um capítulo que quero tanto guardar.

O Tomás é parecido com a irmã mas só de aspeto. A Carolina era um bebé muito mais tranquilo, menos chorão e, mais importante que tudo, dormia muito melhor. O Tomicas é assim uma delícia, de uma miniatura com 44 cm tornou-se um bebé grande, gordinho, rosado e cheio de vitalidade. De manhã acorda a choramingar e enquanto se consola na maminha está a olhar para mim com aqueles olhos enormes, que são duas estrelas. Já mais para o fim da mamada fecha os olhos e sorri várias vezes, enquanto se aninha mais um pouco no meu colo. E eu fico a olhar para ele, embevecida, completamente apaixonada.

Mesmo quando não saímos de casa, todos os dias lhe visto uma roupinha janota e passo-lhe a escova nos pelinhos que adoro cheirar. Fica ainda mais delicioso, com cada vez menos cabelo, aquela carinha redonda de anjo, a barbela cada vez mais pronunciada, o nariz de barraca e aquela boquinha maravilhosa, que parece um desenho. O mais belo de todos.

Quando olho para os meus filhos sinto-me transbordar de felicidade. São tudo o que sonhei e mais um pouco, são tudo o que há de bom e são toda a minha vida.




quinta-feira, 30 de julho de 2020

QUASE 2 MESES

Tomiquinhas está a crescer muito bem. A uma semana de completar 2 meses de vida já pesa 4145 gramas e mede 53 cm. Ainda está a ser alimentado exclusivamente com leite materno mas já tenho uma lata de fórmula em casa para lhe dar caso veja que é necessário. Por vezes dou-lhe um pouco de leite extra que tenho congelado após a mamada da noite porque quando dou ele dorme um pouco mais. Para já ainda tenho algum leite meu armazenado mas quando acabar dou-lhe suplemento. No entanto, as noites continuam a ser miseráveis. O garoto não gosta de estar na cama dele e está constantemente a gemer ou a chorar. Conclusão, acabo por dormir com ele encostado a mim para poder ir dormitando alguma coisa. 

Entretanto, a Carol também teve consulta e como, era expectável, engordou 3 kg em 6 meses e cresceu 2,5 cm. Pesa 27,5 kg e mede 121,5 cm. Para já, a única recomendação para ajudar a não engordar mais é fazer exercício físico.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

ROTINAS

22:40. O Tomás acabou de tomar banho, cheira a champô da Mustela e a Leite Corporal Uriage. Acabo por os misturar porque prefiro o champô da Mustela mas gosto mais do leite da Uriage. E a verdade é que não consigo decidir qual dos dois cheirinhos me agrada mais. Está aos gritos desde que começou o banho e agora quer mama. Acabo de o pentear, atiro-o para o colo do pai, salto para cima da cama e preparo as mamas para o alimentar. Entretanto o pai tenta enfiar-lhe a chupeta, devidamente regada com aero-om. Já não se deixa enganar e, por isso, lambe o doce e cospe de imediato a chupeta. Mais gritos. 

22:41 O pai, atira-o para cima de mim e ele cala-se instantâneamente. Conhece o ritual. Mama até ao fim e reclama para trocar de peito. 

23:05 Arrota, leite a escorrer pelo canto da boca, arrota novamente. 

23:06 Começa a sessão de gases. O som é impressionante, tal e qual o de um adulto. Peida-se mais um bocado e tenho a sensação de que um dos peidos veio com molho. 

23:10 A peidaria terminou há cerca de um minuto e é hora de verificar os estragos. 

22:11 Não só cagou a fralda, como o interior e o babygrow. Mal sente o toalhete tocar na pila levo com uma mijadela nas mãos, enquanto tento conter a dita para evitar que o liquido seja projetado para as paredes. Chamo o pai da criança que ao ver a cena tem um ataque de riso. 

22:13 O pai está a arranjá-lo enquanto eu lavo as mãos mijadas quando ouço um grito. Vou a correr e vejo que o pai levou com uma cagadela na barriga. Uma última bala guardada para ele. Bem-feita 😂 

23:18 O Tomás está novamente fresco e cheiroso. O pai embrulha-o na manta e dá duas voltas ao quarto. Adormece e o pai deita-o. Se fosse a irmã dormiria um soninho tranquilo até às 7:00 da manhã. Este, se não berrar antes das 2:00 da manhã estou cheia de sorte 😉

domingo, 12 de julho de 2020

1 MÊS DE TOMICAS

Tomicas é o nome fofinho que gosto de lhe chamar. A Carolina era Bomboneta e depois ficou Bonetinha. Não faço ideia porquê.

O Tomicas fez um mês no dia 4 de junho e está a recuperar o tempo perdido. Demorou 15 dias a chegar ao peso com que nasceu mas desde então já ganhou quase 1 kg. Com 1 mês pesava 3250 e media 48 cm.

Está fofo que só ele, faz carinhas engraçadas e sorri muito, sobretudo enquanto dorme. Já tem regueifinhas nas pernas e as fraldas de prematuro e os babygrows T0 já eram. Apesar de tudo é um bebé relativamente tranquilo. Nos dias bons aguenta 4 horas ou mais entre mamadas, quando está passado dos carretos, quer mamar de 2 em 2. Foi o caso desta noite e estou KO.

Tem estado mais chorão ultimamente, não sei se tem cólicas ou se está aborrecido por causa deste calor do inferno. Só quer colinho e gosta muito de dormir de barriga para baixo. Claro que durante a noite não posso deixar, mas de dia dorme, sempre que estou a olhar para ele, e é um consolo.

Ainda está na fase do cada mamada, cada cagada, por isso passo a vida a trocar fraldas, quando não levo com jatos em cima. Nunca tal coisa me aconteceu com a Carolina, este rapaz tem um rabo que mais parece uma bazuca.

Tirando estes pormenores menos cheirosos ele é fofo que só ele. É um amor de bebé, daqueles cheirosos que apetece comer. É uma paixão e uma alegria que eu não achava ser possível voltar a viver mas o coração de uma mãe não se divide, só se multiplica.







quarta-feira, 8 de julho de 2020

FINALMENTE...TOMÁS

FINALMENTE...TOMÁS

3 DE JUNHO DE 2020 – 03:18
Acordo com aquilo que me parece ser uma descarga vaginal. Isso ou mijei-me ligeiramente. Levanto-me e dirijo-me ao WC, cheia de sono. Ao entrar na porta sinto como se um balde de água quente me escorresse pelas pernas abaixo. Fico alguns segundos a olhar para o chão, a tentar encontrar uma justificação para o que acabara de acontecer, só porque não queria sequer imaginar que pudesse ser aquilo que, na verdade, eu sabia que era. Chamo o Ricardo e mal chega ao pé de mim, nova descarga, só para ele ter a certeza de que eu não estava tola. Não tinha qualquer dúvida, era rotura de bolsa, às 34 + 1 semanas. Só me lembro de dizer “ainda falta muito, é muito cedo” e do Ricardo me pedir para ter calma. Avisei os meus pais e segui para o CMIN, onde me parecia ser o melhor sítio para o Tomás nascer e também porque, no fundo, eu sabia que não o traria para casa tão cedo.

18 HORAS ANTES
Acordo e vou ao IKEA escolher os móveis do quarto das miúdas. Não estive lá mais do que 20 minutos. Em casa, foi um dia normal, falei com a Kelinha ao telefone e lembro-me de lhe dizer que tinha uma certa pena de induzir o parto porque gostava de viver a experiência de um parto espontâneo, com rotura de bolsa, contrações, etc. Ao fim da tarde fiz pizzas para o jantar. Que boas que estavam! Antes de me deitar pus os produtos de higiene dentro da mala de maternidade e fechei-a. Estava pronta, finalmente, um mês e meio antes da data prevista para o parto.

Quando me deitei sentia uma dor tipo muscular no fundo das costas. Nem uma contração. Nada que me fizesse suspeitar o que estava prestes a acontecer.

3 DE JUNHO DE 2020 – 04:00
Dou entrada num CMIN vazio, completamente ensopada, enquanto vou deixando um rasto de líquido pelos corredores por onde passo. Faço teste para COVID-19 e inicio CTG. Confirma-se que é perda de líquido, 1 cm de dilatação, bebé a caminho.

As horas vão passando, chamam o pai para fazer o teste à COVID-19 mas nem nos cruzamos. Ele fica lá fora à espera de poder entrar e eu sozinha, numa sala. Se pudesse descrever este parto numa palavra acho que diria solidão. As horas vão passando e às 18:00, com 4 dedos de dilatação, iniciam a indução. Vou para o núcleo de partos onde me administram a epidural. Não estava com grandes dores mas deixei de as sentir de todo. Acho que adormeci entretanto. Às 21:00 tinha 6 dedos e deixaram entrar o Ricardo. Ainda vimos o Porto perder por 2-1 com o Famalicão. Por volta da 01:30 do dia 4 comecei a tremer muito e percebi que estava com a dilatação completa. Aconteceu o mesmo da Carolina. A enfermeira confirmou a minha suspeita e desde o momento em que comecei a puxar até o Tomás nascer passaram 10 minutos e apenas 3 puxos. Às 2:05 do dia 4 de junho nascia o meu Tomás, com 2390 e 44 cm. Quis nascer no mesmo dia da irmã. O choro do bebé foi uma experiência nova para mim e totalmente emocionante. Não pude conter as lágrimas, não só pela felicidade daquele momento tão inesperado, mas porque sabia que em breve me levariam o meu bem mais precioso. 

Estive com ele apenas 5 minutos e passados outros 5 também o Ricardo teve de ir embora. Não lhe toquei, não o cheirei e mal o vi antes de o levarem. Às 2:30 estava sozinha novamente, no mais absoluto silêncio, à espera que me viessem buscar para ir para o quarto. Um quarto onde me esperava um berço vazio.

O recobro foi muito rápido, a placenta saiu inteira e não me fizeram episiotomia. O bebé lacerou ligeiramente ao nascer mas levei apenas um ponto. Grande sorte com a equipa médica, só tenho a dizer bem, mais uma vez.

No dia seguinte só pude ver o Tomás das 15:00 às 19:00 (normas COVID). Lá estava ele, minúsculo, dentro da incubadora, deitado de bruços, apenas com uma fralda de pano nas costas. Foi a primeira vez que o peguei no colo. Tinha mamado o que era suposto, respirava bem e estava apenas a fazer antibiótico por causa da perda de líquido. Tudo indicava que dentro de poucos dias estaria em casa.

Só que na neonatologia, muitas vezes um dia bom antecede um dia mau, e assim foi. No dia seguinte, o Tomás teve que introduzir uma sonda porque não conseguia mamar. Não estava à espera daquilo e desatei a chorar assim que o vi. A enfermeira foi muito compreensiva e ajudou-me muito. Mães a chorar é o prato do dia da neonatologia. Cheguei ao quarto nesse dia e comecei a tentar tirar leite, agarrada à bomba como uma louca. Não ligava a televisão e punha-me a olhar paras as fotos que lhe tinha tirado durante o dia mas estimular. Lá fora ouvia-se o choro dos bebés acabados de nascer. Eu, sozinha dentro das minhas quatro paredes, chorava com eles.

Entretanto o dia da alta chegou. Percorri aquele corredor de mala na mão e cabeça baixa, com um nó na garganta. Despedi-me das enfermeiras que tinham sido o meu único amparo naqueles dias sem visitas. Cheguei a casa sem barriga e sem bebé, olhei para o berço vazio e desabei. Nesse dia chorei descontroladamente até adormecer.

Depois disso os dias foram passando, uns melhores, outros piores. Decidi que a minha forma de lidar com o sofrimento era isolando-me, por isso deixei de atender telefonemas. Na verdade não tinha energia nem disponibilidade mental para mais nada, a não ser tirar leite, ir para a neonatologia todos os dias, e preparar tudo para a chegada dele. 

Quando regressava da neo, ao final da tarde, vinha sempre confortada com o carinho e dedicação com que via as enfermeiras cuidarem dos bebés, como se fossem família. É preciso vocação.

Na véspera dele ter alta arrancou a sonda, como tantas vezes fazia, e eu pedi para não lha colocarem porque enquanto eu lá estivesse ele mamava no peito. Uma médica que estava de serviço disse “pode ser que seja a sorte dele”. E foi. No dia seguinte o Tomás tinha alta e trouxe-o comigo para casa. A partir daquele dia, começava uma nova vida e eu renascia.
Os 15 dias em que esteve internado foram, sem dúvida, os mais tristes da minha vida. Agora já passou e é sempre a melhorar. Mama muito bem e é um bebé muito tranquilo. É uma alegria, cheio de luz. Um amor gigante que eu achava que só teria pela Carolina. Felizmente o coração de uma mãe é elástico e o amor não se divide, só se multiplica.