terça-feira, 15 de março de 2022

21 meses

O novo ano começou (há quase 3 meses, na verdade) e a minha assiduidade no que troca à escrita mantém-se nula. Isso e a vontade de mexer o rabo e começar a correr. Como pode uma pessoa mudar tanto em tão pouco tempo? Parece inacreditável, mas é verdade.

Fui atleta, fui turista, depois tive filhos e agora sou trolha nas horas vagas. Long story short.

Mas bom, momentos a assinalar: fiquei novamente infetada com COVID. É preciso ser muito bandalha para ficar infetada duas vezes, eu sei!

O Tomicas já diz muitas palavras, quase todas as letras do abcedário, come este mundo e o outro, trepa a tudo, atira-se abaixo da cama, do sofá e de onde calhar e basicamente é o cabeludo mais fofinho de todo o sempre. Tem vários dentinhos e usa-os com frequência para ferrar toda e qualquer pessoa que o contrarie, é muito risonho e uma fonte inesgotável de energia. Não gosta de dormir sozinho e tem passado as ultimas noites a dormir na minha cama. Um sonho!

A Carolina continua a ser um desafio. É a mais meiga das crianças, tão doce, e ao mesmo tempo tão teimosa e intempestiva. Raramente aceita uma ordem, mesmo as mais simples como "vai dormir" ou "faz a cama". É sempre um circo, com choradeira e acaba geralmente comigo a falar grosso e a ameaçar que a ponho de castigo. Isto todos os dias, várias vezes ao dia.  

A Iara foi sempre a mais fácil dos 3, e está sempre disponível quando lhe peço ajuda porque estou aflita e já não sei para que lado me virar. Só que está na idade de achar que sabe tudo e que ter personalidade é contrariar toda e qualquer opinião, esganiçando o tom de voz e revirando os olhos com mais frequência do que eu gostaria. Respiro fundo muitas vezes e tento ter paciência, enquanto procuro continuar a aconselhá-la e ajudá-la na medida do que ela vai deixando. Porque já pouco me ouve, e sei disso.

A casa da aldeia é um poço sem fim de despesas e de repente já perdi a conta ao dinheiro e tempo que lá enterrei. Estou mais do que ansiosa que este ritmo abrande porque me sinto no limite da exaustão.

Do mundo, chegam notícias da invasão da Russia à Ucrânia e, de repente, deixamos de ouvir falar de COVID-19 e fixamos os olhos nas televisões, incrédulos. Em 15 dias os preços do gasóleo aumentaram quase 40 cêntimos por litro e está a ser uma bola de neve que se estende a tudo. Muito receio dos tempos que hão-de vir.