quinta-feira, 26 de junho de 2014

SAUDADE

"Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errónea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi e voou
E hoje é já outro dia"
F. Pessoa

A Carolina está constipada. Eu estou cansada e cheia de sono. Os dias sucedem-se e não tenho nada de bom para dizer...

quarta-feira, 18 de junho de 2014

7 MESES

O meu avô ameaçou várias vezes que se ia embora. Lutou desalmadamente, sujeitou-se a terapias terríveis e passou muito maus bocados nestes últimos 2 anos e meio. Perdi a conta das vezes que lhe supliquei ao ouvido que não se fosse embora, que lutasse ainda mais um bocadinho e que se deixasse ficar connosco por mais algum tempo. Ele fez-me sempre a vontade. Regressava a casa, mais morto que vivo, sem força, sem vontade, cansado. E nós, naquela ânsia doida de o recuperar, fazíamos o impossível. E quando melhorava, era um alívio e uma alegria porque sabíamos que tínhamos ganho mais umas semanas, ou meses, na companhia dele.
Nos últimos tempos, sempre que ele adoecia com gravidade, pedia-lhe que esperasse para conhecer a Carolina. Queria muito que ele a visse e que ela tivesse recordações com ele um dia mais tarde. Ele fez-me a vontade, mais uma vez. Esperou para conhecer a Carolina e nestes breves meses, sei que o coração dele se aqueceu com a presença dela.
Não tive oportunidade de lhe contar que a Carolina já pesa 7640gr e mede 65cm, que está no percentil 50 no peso e no 25 na altura, que já não é careca como ele e que já se põe de pé sozinha.
Mas agradeço-lhe por ter tido a paciência de esperar, porque a Carolina é uma lufada de ar fresco e ajuda-nos a encarar melhor estes dias sem vontade para nada, em que tudo custa a aceitar.




terça-feira, 17 de junho de 2014

ATÉ UM DIA...

O sorriso fácil, a doçura do olhar, as palavras engraçadas...
A minha memória preenche-se destes momentos. Quero guardá-los todos para nunca o esquecer. Porque só morre aquele que nunca viveu no coração de alguém. E no meu vai sempre existir um cantinho só dele, hoje apertado, consumido pela dor, pela mágoa, pela tristeza, e por uma profunda saudade.
O meu avô, que ontem perdi, trazia-me chocolates Mars à sexta-feira e comprava-me missangas nos Lóios, de tantas cores quantas eu pudesse imaginar, e contava-me histórias fantásticas de lugares onde nunca estive e ele já. O meu avô sabia palavras difíceis, que mais tarde vim a aprender o significado, e tinha muitos livros, com páginas amarelas, que cheiravam a antigo e eu adorava folhear.
O meu avô tinha 90 anos, era meigo e doce, tinha uma careca reluzente e uns olhos esverdeados que punham a Carolina aos saltos de alegria, entre o sorriso dele e as advertências de "não me mijes".
O meu avô vai-me fazer muita falta e por mais que tenha imaginado este dia, nunca suspeitei que fosse ser tão difícil, tão doloroso e tão triste.

Avô, não sei se to disse vezes suficientes, certamente algumas terei dito, mas gosto muito de ti.
Onde quer que estejas, perdoa-me e cuida de nós...


quarta-feira, 4 de junho de 2014

7 MESES

Estes têm sido os 7 meses mais espetaculares de sempre. Report do mês vai ter que ficar para dia 14 porque a Carol só tem consulta nesse dia :)


04/06/2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

QUASE 7 MESES

Estou quase a fazer 7 meses, estou a crescer muito e já faço muitas macacadas. Atiro tudo ao chão, resmungo se me tiram as coisas, adoro lamber pão, gosto de estar sentada à mesa a tentar abocanhar tudo o que vejo e estou sempre a rir bem disposta.