quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O REGRESSO

Quando preparava o saco do treino dei por mim a pensar que não sabia muito bem o que colocar lá dentro. Já passaram tantos anos, já nem sei o que é preciso. Passei o dia ansiosa pela chegada do final da tarde, sempre a pensar no momento de calçar as sapatilhas e voltar a pisar a pista. Pensei no cheiro do tartan, tentei visualizar a reta dos 100 metros. Imaginei-me a passar barreiras e a saltar para a areia.

Finalmente chegou o momento. Quando entrei na pista e senti o tartan mole debaixo dos pés, foi como se estivesse lá estado sempre. Estava feliz. Muito feliz por estar ali. À medida que ia fazendo o treino o meu corpo mostrava-me que ainda sabe como se faz. Como se estes 10 anos de ausência nunca tivessem acontecido. Embora com muito menos peso, sei que estou lenta e sem músculo, mas tenho todo o tempo do mundo para recuperar. Afinal, só tenho 32 anos! ;)

Ainda fui dar um salto para a areia, assim sem pensar, só porque não consegui resistir. Sorri com a sensação familiar da areia dentro das meias. E de repente, percebi que tudo fazia sentido. Estar ali era tudo o que eu queria e, afinal, é preciso tão pouco para ser feliz :)




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