terça-feira, 25 de julho de 2017

FINAL DE CLUBES

O desporto voltou à minha vida e não há como contornar isso. Passo parte do meu tempo a treinar ou a competir. E gosto. Ando naquele fase meio egoísta. Preciso de tempo para mim e não abdico de fazer aquilo que me faz feliz. E eu gosto disto. Gosto de treinar e gosto de ir às competições.

Em termos físicos é desafiante. Aos trintas o corpo não reage da mesma forma ao esforço e é cada vez mais difícil fazer um treino sem dor. A recuperação é lenta, os intervalos entre sessões têm forçosamente que ser maiores e há dias em que saio do trabalho e só me apetece deitar na cama. Lá me arrasto até à pista e 99% das vezes saio de lá melhor do que entrei. A cabeça espaireceu, o corpo descontraiu e eu chego a casa muito mais bem disposta.

Claro que isto me rouba tempo. Tempo precioso. Tempo que não estou com a minha filha. Tempo que ela me cobra, cada vez mais, e me faz sentir tão mal por isso. Um dia espero que ela possa compreender que se eu não fizer isto agora, não poderei fazer nunca mais. Um dia espero que ela siga o meu exemplo e vá à procura daquilo que a faz feliz. Porque a vida é curta demais para ser desperdiçada.

O desporto foi, durante estes últimos anos, uma ausência que tirava um pouco de sentido à minha vida. Agora que nos reencontramos, quero fazer funcionar esta relação que me preenche e me faz tão bem.









quinta-feira, 20 de julho de 2017

MUDAM-SE OS TEMPOS...

A minha prima mandou-me há dias esta foto. Encontrou-a perdida em algum baú, a cheirar a mofo. Não sei ao certo que idade teria mas uns 4 ou 5, talvez. Sei que sou eu, porque me reconheço, mas não me lembro desta miúda gordinha, de saia xadrez e camisola de lã às riscas (acho que não era minha, tenho ideia de a ver vestida no meu primo - da mesma idade do que eu, igualmente mal vestido).

Olho para o meu ar plácido na foto e percebo que aquela indumentária não me estava a fazer confusão nenhuma na altura. Nem isso nem o cabelo à Beatriz Costa. Como é possível? Algum dia a Carolina me deixava vestir-lhe semelhante coisa?

A fotografia agarrada a um candeeiro. As casas escuras sem luz. Móveis pesados e alcatifas poeirentas. Cresci assim. Não me lembro de alguma vez ter tido uma camisola de inverno que não fosse de lã, feita por alguma avó ou tia cheia de esmero. De manhã, quando acordava, vestia o primeiro fato de treino que me aparecia. Queria ir depressa para a rua brincar com as vizinhas. Não ligava a cabelos nem vestidos e nunca, nunca, me senti mal por ser gorducha. Era feliz assim.

A minha filha é todo o oposto. O cabelo, cheio de caracóis, só o quer solto, quanto mais esvoaçante melhor. Os vestidos devem ser de roda, "como os das princesas". Nada de calças ou calções, que detesta. No máximo leggins e túnicas. Se puder troca de roupa duas ou três vezes por dia e faz um drama quando se suja. Está sempre a pedir para pintar os lábios e as unhas e apanho-a com frequência a remexer na minha gaveta da maquilhagem, a sarapintar-se como uma macaca.

Já eu, fui-me obrigando a ser mais exigente com a minha imagem com o passar dos anos mas, lá no fundo, eu gosto mesmo é de andar despenteada e maltrapilha. Acho uma seca ter de escolher o que vestir, esticar o cabelo ou maquilhar-me e ainda sou aquela pessoa que sai com a roupa de andar em casa, óculos e chinelos, para ir ao pão ou comprar algo que esteja a fazer falta. Há coisas que nunca mudam...



segunda-feira, 17 de julho de 2017

UM REGRESSO ÀS MEDALHAS

Quando era miúda adorava receber medalhas. Era engraçado colecioná-las, mesmo que fossem só de campeonatos regionais. Nunca sei ao certo quantas ganhei e o armário onde as guardo passou a ser, apenas e só, um santuário de boas recordações.

Com o passar dos anos esqueci a sensação de subir ao pódio. Quando recomecei a treinar a última coisa que me passou pela cabeça foi voltar a competir e muito menos ganhar o que quer que fosse.

Recusei competir nos primeiros tempos porque me parecia estranho, tinha receio de fazer cenas tristes na pista e a voz da razão dizia-me para não me meter nisso e ter juízo. Mas depois deixei-me levar. Porque não? Não tinha nada a perder...

A época está prestes a terminar e, assim do nada, vejo-me a ganhar uma eliminatória de 100 metros barreiras. Que sensação tão estranha...ganhar! Juro que não me lembrava de como era agradável. E depois uma final e, de repente, uma medalha de 3º lugar. Vale o que vale, bem sei. Mas para mim vale pela coragem. Coragem de competir nas mesmas circunstâncias de meninas de 17 ou 18 anos. Coragem de voltar a fazer algo que me faz muito feliz. E sim, sinto-me orgulhosa, apesar das queixas e das dores, apesar de estar muito longe dos recordes que bati em tempos.

Uma nova fase, menos emocionante, menos ambiciosa, mas não menos feliz :)







sexta-feira, 14 de julho de 2017

O ÁS DA MATEMÁTICA

Não sai à mãe, é seguro dizer!

Miss Carol em total domínio da matemática. Pf ignorem o facto de que estava com um pirilampo a brilhar no nariz. Não fui eu que gravei, foi a irmã. Eu estava a aspirar, como se percebe :)


quinta-feira, 13 de julho de 2017

MAIS HORAS NO DIA, PLEASE

Ando sem tempo para escrever. Tenho tantos episódios giros para contar e não tenho tempo para nada. Sempre a correr casa-trabalho-treino. Os fins-de-semana, quando não tenho competição, aproveito para ir para o campismo mas com isto das férias e fins-de-semana fora de casa, tenho tudo atrasado. Roupa para passar, cortinas para pendurar e um sem fim de pendentes que se vão arrastando ao longo dos dias. Para piorar, acabei de ficar sem empregada doméstica!

Os próximos dois fins-de-semana vão ser dedicados ao atletismo. Esta é a fase mais ativa da época e não dá para baldar. Certinha nos treinos e espero que nenhum problema surja para poder competir.

terça-feira, 11 de julho de 2017

A AVALIAÇÃO

Não há muito a acrescentar. A avaliação escolar da Carolina reflete tudo o que ela é. Mandona e teimosa mas também meiga, responsável e amiga. O gosto pela liderança é talvez a caraterística que melhor a define, tão diferente de mim, que era uma envergonhada.

Saber que aos 3 anos é uma menina decidida e autoconfiante enche qualquer mãe de orgulho. Sei que ela não se deixa submeter e isso deixa-me mais tranquila.

Se duvidas existiam, vão-se dissipando à medida que ela cresce. A Carol é um retrato fiel da personalidade do pai...para o bom e para o mau. É uma criança que cativa qualquer pessoa. A bem da verdade, todos os dias me apaixono mais um bocadinho por aquela rebeldia e pela forma genuína, espontânea e autêntica com que se apresenta.


quinta-feira, 6 de julho de 2017

FÉRIAS - SEASON 1

As férias de junho são as mais aguardadas. Já levamos tantos meses de trabalho sem descanso que estes dias são muito bem vindos. Nem sempre o tempo está de feição e foi o que aconteceu desta vez. Era suposto irmos acampar para o norte, acabamos por ir para um apartamento no Algarve.

Por lá o tempo esteve muito agradável, a água do mar boa q.b e, o melhor de tudo, foi a calmaria que se vive no Algarve em junho, comparando com julho ou agosto. Sem drama para estender a toalha, para estacionar o carro ou até para dar um passeio à noite.

O mau é voltar à rotina. Até para a Carol, que se tem ressentido de uma semana inteira a dormir com a irmã e agora só quer dormir acompanhada!

Estou cada vez mais fã destas férias off-peak, sem confusões e com dias mais longos que o habitual, porque em junho só anoitece bem para lá das 21h00.

Ficam as imagens...