Em termos físicos é desafiante. Aos trintas o corpo não reage da mesma forma ao esforço e é cada vez mais difícil fazer um treino sem dor. A recuperação é lenta, os intervalos entre sessões têm forçosamente que ser maiores e há dias em que saio do trabalho e só me apetece deitar na cama. Lá me arrasto até à pista e 99% das vezes saio de lá melhor do que entrei. A cabeça espaireceu, o corpo descontraiu e eu chego a casa muito mais bem disposta.
Claro que isto me rouba tempo. Tempo precioso. Tempo que não estou com a minha filha. Tempo que ela me cobra, cada vez mais, e me faz sentir tão mal por isso. Um dia espero que ela possa compreender que se eu não fizer isto agora, não poderei fazer nunca mais. Um dia espero que ela siga o meu exemplo e vá à procura daquilo que a faz feliz. Porque a vida é curta demais para ser desperdiçada.
O desporto foi, durante estes últimos anos, uma ausência que tirava um pouco de sentido à minha vida. Agora que nos reencontramos, quero fazer funcionar esta relação que me preenche e me faz tão bem.