O GORDO

Na piscina, esta manhã.

Carol: - Mamã, posso ir andar no túnel? (uma brincadeira que o professor faz no final da aula)

Eu: - Podes claro, mas temos que ir para a fila, não podemos passar à frente dos outros meninos.

Chegamos ao fim da fila. Está um senhor forte à nossa frente com um miúdo ao colo.

Carol: - (muito alto) Mamã, somos atrás deste gordo?

Petrifiquei. O senhor virou-se para trás e sorriu. Eu, morta de vergonha digo: - "Carol, isso não se diz", ao que ela responde, ainda não satisfeita com o estrago: - "Desculpa mamã, mas o nosso bu (o avô, meu pai) não tem uma barriga assim tão grande".

Socorro! Aquilo não me estava a acontecer. Resolvi tentar distrai-la da barriga do homem antes que reparasse que tinha uns calções demasiado curtos que deixavam ver uma parte do rego...

Eu sei que isto acontece. É uma criança e não tem filtros. Mas fiquei tão embaraçada que nem sabia o que dizer. Tive vontade de a afogar :)

ALERTA DE FOFURA

Eu sou hiper, mega fã de compras online, admito. Poucas coisas me irritam como meter-me na confusão das lojas, virar peça atrás de peça e não encontrar nada que procuro. Não gosto de perder tempo, não gosto de experimentar roupa e, sobretudo, detesto comprar coisas que estão expostas, às vezes cheias de base, de piolhos, pulgas, vírus e sabe-se lá o que mais...

Por isso é que as lojas online vieram mudar a minha vida. Deixei praticamente de frequentar lojas físicas. O mesmo é válido para as compras das miúdas. Por isso, sempre que surge uma loja online que não conheço, não resisto a investigar.

Ontem vi esta no facebook e gostei muito de alguns modelos: https://www.modaminis.es/pt/
Gostei ainda mais do preço dado que este tipo de roupa é, habitualmente, muito caro. Não vou experimentar para já porque esgotei o meu plafond para os próximos tempos, mas prometo que vou estar atenta à nova coleção :)

QUEM CORRE POR GOSTO...

Três treinos depois e continuo cheia de motivação. Nem o frio me tira a vontade de ir à pista. Por mim já calçava bicos, já saltava para a areia ou fazia barreiras. Sei que não posso, que é muito cedo e tenho de fazer as coisas aos poucos e com calma.

Como a maioria das pessoas com quem treino competiu no fim-de-semana, o treino de segunda-feira foi de recuperação. Corrida mais longa ao início, retas de 100 metros e algum reforço muscular. Corri 40 minutos, fiz as retas e depois o reforço. Acabei o treino faltavam 10 minutos para as 21h00 e sentia-me bem. Leve e sem dores. No dia seguinte levantei-me bem e estou a adorar estas sensações. Quinta-feira há mais :)

MIMINHO

A Carol tem dupla personalidade. Tanto é a criança mais meiga do mundo como, de repente, é capaz de ter um fanico, gritar como se a estivessem a matar ou por a língua de fora a quem quer que ouse contrariá-la.

Uma das ultimas manias que apanhou é pedinchar colo (de preferência o meu, mas o da irmã também serve) e por-se a mexer no cabelo. É coisa que eu detesto. Detesto que me mexam no cabelo, porque é fino, fica oleoso só de olhar para ele e, com o frio, facilmente ganha eletricidade estática.

Mas a Carolina adora mexer nos cabelos e, volta e meia tenho de a deixar. Também gosta muito dos cabelos da irmã e ultimamente tem-se virado mais para ela. Ainda hoje, acordou a choramingar às 7h da manhã e só se calou quando a irmã se foi deitar junto dela na cama.

Cá está ela a derreter o cabelo da irmã. Antes o dela que o meu :)

CARNAVAL

Ela não se decide. Uns dias é a Aurora, outros a Branca de Neve ou a Cinderela. Também já quis a Bela ou a Ariel. Detesto o carnaval. Alinho nesta palhaçada pelas miúdas, claro, mas acho uma palermice gastar dinheiro nestas coisas. Veste um dia ou dois e para o ano já não serve! Fora a trabalheira que é procurar um disfarce minimamente aceitável sem desfalcar a carteira.

Este ano o problema é a dobrar, ou a triplicar, vá. Isto porque a maior é muito mais complicada do que a mais pequena, que se convence com facilidade. Cismou que quer ir de noiva, ou de cheerleader. Tudo fatiotas adequadas a esta altura do ano! Como se não bastasse não gosta dos vestido de noiva e anda a cantar o fadinho à avó para ver se ela lhe faz um na costureira. Ando a ver se a convenço a ir de mosqueteira ou de supermulher porque sempre dá para tapar mais um bocado o corpo...

Ando nisto há mais de oito dias e nem uma bem outra se decidem. Já faltou mais para me passar, comprar um qualquer e está o assunto arrumado. Muita sorte têm em não ir de cão, como eu fui uma vez, e sem reclamar ;)

O FIM DAS BIRRAS MATINAIS

Tenho andado a adiar este post. Só para ver se a coisa realmente funcionou ou se foi só sorte dos primeiros dias. Já lá vão 3 semanas desde que dissemos adeus à birra matinal do costume (confetis!!!!!!)

E como é que lá chegamos? Foi por tentativa e erro, como em quase tudo neste processo de ser mãe da Carolina. Já tinha experimentado tudo, pensava eu, mas ainda não me tinha lembrado disto. Quando pus em prática, miraculosamente, resultou!

Então o que é que mudou? Simples! Antes levantava-me, arranjava-me e só depois ia acordar a Carol, para a deixar dormir mais meia horinha. Resultado: quando a acordava, ela engatava uma birra monumental e era até sair de casa sempre aos gritos.

Agora, mal me levanto vou ao quarto dela, abro a persiana, ligo o aquecimento e a TV no canal Panda. Passados pouco tempo ela acorda e fica uns 20 minutos a ver TV deitada na cama. Quando lá chego, o quarto está quente e ela completamente acordada e bem disposta. Veste-te (quase) sempre sem reclamar, exceto quando o outfit tem calças, que ela detesta...

Também mudamos o esquema do sono à noite. Acabou a TV na cama. Não estava a resultar porque ela ficava imenso tempo acordada em vez de ganhar sono. Agora eu ou o pai deitamo-nos com ela por volta das 22h00 e ela adormece em 5 minutos. Quando o avô a vai buscar às 16h00 e ela dorme de tarde, já não adormece tão facilmente, mas lá acaba por aterrar ao fim de um tempo.

Continua a fazer birras quando é contrariada, claro, mas a birra matinal, que era a que me punha em estado de sítio logo pela manhã, conseguimos exterminar. E isso são ótimas notícias :)

O REGRESSO

Quando preparava o saco do treino dei por mim a pensar que não sabia muito bem o que colocar lá dentro. Já passaram tantos anos, já nem sei o que é preciso. Passei o dia ansiosa pela chegada do final da tarde, sempre a pensar no momento de calçar as sapatilhas e voltar a pisar a pista. Pensei no cheiro do tartan, tentei visualizar a reta dos 100 metros. Imaginei-me a passar barreiras e a saltar para a areia.

Finalmente chegou o momento. Quando entrei na pista e senti o tartan mole debaixo dos pés, foi como se estivesse lá estado sempre. Estava feliz. Muito feliz por estar ali. À medida que ia fazendo o treino o meu corpo mostrava-me que ainda sabe como se faz. Como se estes 10 anos de ausência nunca tivessem acontecido. Embora com muito menos peso, sei que estou lenta e sem músculo, mas tenho todo o tempo do mundo para recuperar. Afinal, só tenho 32 anos! ;)

Ainda fui dar um salto para a areia, assim sem pensar, só porque não consegui resistir. Sorri com a sensação familiar da areia dentro das meias. E de repente, percebi que tudo fazia sentido. Estar ali era tudo o que eu queria e, afinal, é preciso tão pouco para ser feliz :)

SANTIAGO E SANXENXO

Eu preciso mesmo de parar e fazer reset de vez em quando. Não tenho uma vida muito agitada mas a rotina e o stress arrumam comigo de uma forma indescritível. Já tínhamos combinado que o próximo fim-de-semana a dois seria em Santiago de Compostela. Nenhum de nós conhecia e tínhamos muita curiosidade. O momento era agora, mais do que nunca.

Partimos no sábado de manhã cedo. A distância são cerca de 230 km. O termómetro do carro marcou 0 graus a maior parte do trajeto e, efetivamente, quando lá chegamos, estava um frio de rachar. Por sorte estava sol e não estava vento. Ainda assim muito frio.

Desilusão do dia. Chegar à Pr. do Obradoiro e perceber que a Catedral está em obras! $%#!!"

Podia ter escolhido outra altura para lá ir? Claro que podia! Mas tinha de escolher justo esta. Tão típico...quase como ir a Andorra em dia de feriado! Não tentem...

Bom, deu para visitar a catedral por dentro, e é magnífica. Depois passeamos pelas ruas da cidade, junto ao centro e cada canto era um sítio bonito. Paramos para almoçar numa taberna onde, por 8,9€ comemos muitíssimo bem. No final, ainda assistimos à chegada comovente de um grupo de peregrinos. 

A meio da tarde fomos para o Hotel, para duas horas de SPA que me fizeram rejuvenescer 5 anos. O Hotel ficava a alguns km de Santiago e não era nada de especial para um 4 estrelas. A comida era razoável. Mas o SPA era bom e valeu a pena. Serviu para estrear a GoPro, mas não descarreguei as fotos ainda.

No domingo decidimos ir almoçar a Sanxenxo e ainda bem porque o tempo estava bem mais agradável junto ao mar. Encontramos sítios fantásticos para ir de autocaravana e o Ricardo gostou tanto que prometeu lá voltar para fazer pesca submarina :)

NOVAMENTE A PISCINA

A Carol parece um peixe. Já o disse várias vezes. Frequenta as aulas de natação desde os oito meses e é claramente a menina mais desenvolvida da turma. É a única que já consegue dar algumas braçadas sozinha e por isso usada pela professora para demonstrar todos os exercícios. A natação para bebés é só até aos 4 anos, o que faz com que a Carol já seja uma das maiorzinhas da turma, e como já frequenta há muito tempo, tem naturalmente mais à vontade que os outros.

Em novembro passa para as aulas de natação para crianças e nessa altura já vai para a água sozinha, só com o professor. E é assim que a vejo crescer, sem poder fazer nada, sem conseguir agarrar o tempo, que me foge entre as mãos...

TREINAR

Passaram 12 anos desde a última vez que pisei uma pista. O bicos ficaram dentro de uma caixa, a apodrecer, as medalhas num armário, a ganhar pó. Em nenhum momento, ao longo destes 12 anos, deixei de ter saudades dos tempos em que treinava. As coisas não me correram bem a maior parte das vezes, é certo, e não tenho talento nem capacidade física para ser uma grande atleta, de acordo. Mas não há nada que se compare ao prazer que me dava treinar. E na verdade, é agora que sinto mais vontade de retomar, porque é aquilo que me faz feliz. E devemos fazer o que nos faz felizes, certo?

Não tenho nenhuma meta. Não sei sequer se quero competir. É muito cedo para pensar nisso. Gosto mais dos treinos que das competições, sobretudo porque não tenho nada para provar, nem sequer a mim própria. Talvez venha a pensar de forma diferente porque é a evolução natural das coisas. Talvez daqui a uns tempos sinta essa necessidade. Mas por agora não. Tudo o que quero é voltar a pisar a pista e, ou o faço já, ou tiro isto da cabeça, de vez!

Enquanto não me decido, vou matando saudades, tendo para já a certeza de que é como aprender a andar de bicicleta. Uma vez aprendendo, nunca mais se esquece :)

ALWAYS REMIND

Para nunca me esquecer de sonhar, porque é a busca pelos sonhos que dá cor à vida...
Para nunca me esquecer de amar por inteiro, porque o amor que vem da alma nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem...

Fio de prata OMNIA. Foi amor à primeira vista!

DAS COISAS QUE EU PENSO

Fui almoçar ao Arrábida Shopping. Dei umas voltas para ver umas coisas que precisava e depois dirigi-me para a Praça da Alimentação. Escolhi o que queria almoçar e fui para uma mesa livre. Sentei-me e durante breves instantes fiz uma coisa que adoro: observar pessoas à minha volta.

Numa mesa alguns metros à minha esquerda estava uma mulher, com os seus 50 anos, a comer batatas fritas. Mascava a batata com a boca aberta enquanto se ria para a filha, que era a cara chapada, e que comia exatamente da mesma forma que a mãe. Deu-me uma náusea. Poucas coisas me incomodam como ver comida às voltas dentro da boca. Desviei o olhar para não perder o apetite.

À minha direita estavam 5 bebés, em mesas diferentes, acompanhados dos pais. Todos com menos de um ano, ainda mal seguravam as costas. Ainda me perguntei o que faziam crianças tão pequenas no centro comercial àquela hora mas depois pensei que podia ser pela proximidade do Hospital da Arrábida. Consultas e tal...dei o benefício da dúvida.

Mais à frente estava um miúdo, com a cabeça cheia de caracóis. Chamou-me a atenção porque estava a berrar e a mãe com ar de terror a tentar controlá-lo. Devia ter 3 ou 4 anos mas conseguiu por o shopping todo a olhar para ele, tal foi o escândalo que fez. Há uns anos atrás eu teria pensado que se fosse meu filho lhe enchia o rabo de porrada e estava o assunto resolvido. Mas as coisas não são assim. Tive pena daquela mãe e não a recriminei. Por experiência já aprendi essa lição.

Eram já 14h00 e as mesas estavam quase todas cheias. Pessoas jovens a chegar para almoçar com o ar mais descontraído do mundo e eu atrasada para ir trabalhar! E agora eu pergunto: só eu é que trabalho? Às vezes fico com essa sensação. De manhã quando levo a Carolina à escola, reparo que mais de metade das pessoas vão em fato de treino levar os filhos. Muitos nem a cara lavaram. Outros vão completamente desgrenhados. Até já vi uma de chinelos! Não posso crer que seja malta que trabalha. Não pode ser! É malta com rendimentos mínimos, baixas, subsídios de desemprego ou mulas a viver à custa dos homens. E acabo por ter pena delas. Pena por terem uma vida vazia, sem objetivos, sem metas. E penso que a nossa sociedade é muito mais retrógrada e atrasada do que aquilo que quer fazer parecer. E que há muita gente inútil neste país de gente malandra...

OLÁ JANEIRO

Hoje foi dia de colocar um ponto final nas férias e olhar com olhos de ver para este novo ano que acaba de chegar. A lista de coisas para fazer tem-se amontoado e fico sempre meia perdida neste arranque. Não estou organizada, nem motivada, não tenho listas de objetivos e só quero que o inverno acabe depressa. Com esta chuva e frio e só me apetece enroscar numa manta e adormecer a ver um filme.

Quando o despertador tocou esta manhã nem queria acreditar. Levantei-me a muito custo e demorei uns bons 15 minutos a processar que acabou a boa vida. As miúdas também não se queriam levantar, apesar de lhes ter ligado o aquecedor uns minutos antes para não sentirem tanto frio. A Carol reclamou das calças, do cabelo e do casaco...apesar de tudo não foi dos piores dias. Há que ter muita calma porque ainda agora começou. Não vale a pena entrar em stress, amanhã vai ser igual ou pior. Há que aceitar e encarar com a naturalidade possível.

Além disso, é preciso mexer e entrar rapidamente no ritmo porque tão cedo não há dias de férias. Consola-me pensar que os dias longos estão a chegar e no próximo mês já devo conseguir sair do trabalho e ainda ver a luz do dia.