quarta-feira, 14 de junho de 2017

A MINHA LAURINHA

Não é fácil educar duas miúdas tão diferentes. A Laurinha foi sempre sossegada e obediente. Ainda hoje, já a entrar na fase do armário, se lhe peço alguma coisa nunca reclama. Aceita sempre a bem um raspanete ou um castigo (quando tem de ser).

A Carol é um furacão. É tudo o que a irmã não é. Teimosa, desobediente, irrequieta e, sobretudo, muito desafiadora. Adora esticar a corda para além dos limites. De facto, é difícil impor-lhe limites, porque não aceita ser contrariada. Zango-me com ela milhares de vezes, ralho, castigo, dou-lhe umas palmadas. Pouco adianta. Ganho naquele momento mas 5 minutos depois ela está a fazer o mesmo. Tem um feitio levado da breca. Faz-me questionar muitas vezes se estou a ser boa mãe...

Apesar disso é genuína, é autêntica, é espontânea, é muito verdadeira. Não consegue esconder nada. Sei sempre o que ela está a pensar. Não tenho duvidas de quando está feliz ou triste. A Carol não tem meio termo, ou está a rir ou está a chorar.

A Laurinha não. É muito reservada. Acho que muitas vezes sofreu em silêncio apesar das minhas tentativas de chegar até ela. Custa-me aquela máscara que criou, porque não sei o que está por trás.

Ontem surpreendeu-me. Escreveu-me uma carta cujo conteúdo não quero expor, mas que me encheu de orgulho, porque, acreditem, é muito mais fácil ser mãe do que ser madrasta. E agora tenho a certeza de que estou no bom caminho...

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