terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A MAGIA DA INFÂNCIA

Dou por mim, vezes sem conta, a refletir na educação que dou à Carolina. Esta dúvida, de estar ou não a seguir o caminho certo, persegue-me diariamente. Recrimino-me frequentemente por desejar que ela esteja quieta e calada porque estou cansada e só me apetece estar sossegada.

Uma criança saudável é espontânea, barulhenta, irrequieta, emotiva, sonhadora. Essa é a magia da infância. Essa magia que muitos de nós pais tentamos erradamente suprimir. Porque não queremos que se sujem, porque achamos super importante que pratiquem 27 atividades diferentes, que saibam falar mandarim aos 6 anos ou papaguear o nome de todos os países da América Central (enquanto fazem o pino).

O meu maior medo, como mãe, é fazê-la escrava da vida adulta, da pressa, do cansaço e, muitas vezes, da minha falta de imaginação. O meu maior medo é destruir-lhe a magia da infância.

É preciso simplificar. Eu sobretudo. Em tudo. A vida tem de ser muito mais simples, muito menos material e mais rica em experiências, memórias, testemunhos, abraços, sorrisos, afetos, brincadeira, imaginação. A tentativa de educar todas as crianças segundo as mesmas regras, o excesso de coisas que lhes proporcionamos, as horas que passam agarrados aos tablets... tudo isso é matar-lhes o potencial criativo e de desenvolvimento. E é preciso mudar. É preciso deixar que se sujem. Quanto mais sujos e despenteados melhor. Nada que um banho no final do dia não possa resolver.

1 comentário:

  1. capítulo 2: magia da adolescência. Segundo a minha mãe é bem mais complicado e desgastante ;)

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