quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

TEM CALMA MAMÃ!

Uma destas noites, estava eu atarefada a preparar almoços e marmitas para o dia seguinte e a olhar para a o relógio porque já eram que 22h e tinha que enfiar a Carol na cama. Ela andava, como quase sempre, à volta das minhas pernas, a mexer nos tupperwares ou a abrir e fechar as portas dos armários. Pedi-lhe para arrumar qualquer coisa que tinha deixado pelo caminho (acontece com frequência) e como não o fez à primeira voltei a pedir com mais convicção. Miss Carol olha para mim, levanta as duas mãos e diz "tem calma mamã!".

Apetecia-me desatar a rir porque isto dito por uma nica com menos de 1 metro de altura tem uma certa piada, mas disfarcei. Também não consigo deixar de pensar que ela tem razão. Às vezes exalto-me demasiado. Porque estou cansada, porque estou sem paciência, porque dormi mal e fico insuportável, enfim, todos temos os nossos motivos mas, na verdade, raramente são justificáveis.

Não costumo ter grande paciência quando a Carolina não faz o que mando à primeira (tipo sempre) e passo-me com alguma facilidade. Às vezes tudo o que quer é brincadeira e atenção ou só que a deixem em paz. Está no direito dela mas custa-me respeitar porque ela é pequena e "a mãe é que sabe". Mas na verdade, acho que estou errada. Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Não quero que a minha filha seja um robot, quero que desenvolva livremente a sua personalidade. E eu, por outro lado, tenho de aprender a não estar sempre a tentar controlar tudo. É extenuante. É preciso ter calma, deixar fluir e viver confortavelmente com as ideias e opções dos outros. Se detesto que me controlem porque razão passo a vida a tentar fazer o mesmo?

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