NOVO ANO, NOVAS REGRAS

Hoje foi uma segunda-feira daquelas. Nenhuma é boa, diga-se! A Carol é muito mal humorada pela manhã e vai sempre contrariada para a escola. Tudo o que ela não faz de livre vontade é um filme, porque a menina acha que manda no mundo. Quanto mais birras faz mais vontade tenho de a espancar contrariar.

Esforço-me por encontrar argumentos persuasores. Ultimamente tenho-lhe dito que estou mesmo triste com ela e que quando se porta mal me deixa muito infeliz. No extremo digo que a vou trocar por um menino (ela vai aos arames). Nada é muito eficaz mas acaba por ir cedendo, com muita insistência minha. É levada da breca a miúda...

Como se não bastasse o mau humor, o ser segunda-feira e o ter de ir para a escola, hoje ainda teve que deixar a boneca dentro da mochila porque a nova educadora não deixa que os meninos levem brinquedos de casa. Armou um berreiro monumental à porta da sala, atirou a boneca ao chão, saiu porta fora e já só a apanhei no recreio.

Não sou educadora, sou mãe da Carolina. O ano passado os meninos podiam levar brinquedos de casa. Este ano não podem. A mesma sala, os mesmos colegas, a mesma auxiliar. Regras completamente diferentes. Não é fácil compreender e assimilar quando se tem só 3 anos.

Não compreendo o motivo de impedir as crianças de levarem brinquedos de casa mas vou dar o benefício da dúvida à educadora. Não gosto deste distanciamento que ela criou com os pais. Em todos estes dias não a vi uma única vez. Sempre metida dentro da sala, nem sequer vem dizer bom dia. Não morro de amores por ela, confesso. Sobretudo se pensarmos que no ano passado eu trocava mensagens com a educadora...se calhar estou mal habituada, mas que me sentia infinitamente mais confortável, isso sentia.