quarta-feira, 5 de junho de 2013

A criopreservação

Tenho andado a ler muito sobre o assunto, mesmo muito. Quanto mais leio mais me sinto tentada a não fazer a criopreservação.
Na realidade é desanimador pensar que a aplicabilidade das células no próprio é quase nula. Resta-me a expectativa de que a ciência evolua muito e nos próximos 25 anos sirvam para alguma coisa de realmente útil.
E custa-me pensar que, provavelmente, estou a pagar 1700 euros para a ajudar a enriquecer mais uns quantos marmanjos à custa do meu sacrifício.
O IPO, o Instituto Português do Sangue e outras instituições que tenho acompanhado são unânimes em considerar os bancos privados um grande negócio, sem grande aplicabilidade científica em doenças como leucemias, linfomas, etc. São raros os casos de sucesso com transplantes autólogos (do próprio para o próprio) e, além disso, a terapia com células estaminais serve essencialmente doenças genéticas. Ora, se os genes estão presentes desde a formação do ovo, então as doenças genéticas estarão inscritas nas células do cordão, o que não lhes confere grande utilidade.  
É evidente que, no futuro, este panorama que é agora pouco promissor, poderá mudar. E é isso que ainda me faz pensar duas vezes.
Infelizmente, no meu caso, fica posta de parte aquela que seria a minha primeira opção: O Banco Público - Lusocord, que é gratuito e acessível a todos, e que deve ser enriquecido. O estado paga pela preservação das células e depois estas podem ser usadas em todas as crianças que precisarem. Da mesma forma que as crianças que precisarem de células e não puderem usar as suas (porque a doença não deixa) têm mais hipóteses de cura. No meu caso, não posso doar ao banco público porque tenho psoríase, uma doença que contra indica a utilização das células.

Imagem: http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt

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