terça-feira, 4 de junho de 2013

A dúvida

Eu nunca fui boa a lidar com a dúvida. O meu feitio impaciente e inquieto não se dá bem com cinzentos. Eu sou preto ou sou branco. E gosto que tudo na minha vida seja assim.
Ontem foi dia de mais uma consulta. É sempre um alívio quando ouço aquele minúsculo coraçãozinho a bater. Depois dessa primeira abordagem, a pergunta de sempre "Já se sabe ao certo se é mesmo uma menina?".
A médica esteve à vontade 20 minutos a tentar ver. Virou de um lado, virou de outro, bateu na barriga, espremeu...mas a pulga estava a fazer o pino e de perfil e não lhe apeteceu mudar de posição, o que não ajudou muito. Ela ainda disse que tinha 99% de certezas de ser uma rapariga. Mas 99% não são 100%. Por uma ou duas vezes conseguiu apanhar a zona mas o ângulo era mau e o cordão estava a passar entre as pernas. Conclusão: ficamos na mesma.
À noite, ao jantar, dois diabretes resolveram moer-me o juízo. O R. inventou que a médica disse que a probabilidade era 50/50 e que ela não fazia a mínima ideia do sexo. O meu pai todo contente a concordar. Confesso que fiquei chateada, mais do que chateada, fiquei verdadeiramente desanimada perante essa possibilidade. A ideia de poder ser um rapaz ficou quase posta de parte quando a médica nos deu 70% de hipóteses de ser rapariga e nunca mais pensei noutra coisa. Ontem tive a certeza de que se não for uma miuda vou ter o meu grande momento de desilusão. Enfim, neste momento quero é ter a certeza para encerrar de vez o assunto. Quanto aos meus carrascos lá de casa, já estou a preparar uma retaliação. Eles que me aguardem.

P.S. Após varias tentativas para a convencer a mudar de posição, a pulga não ligou nenhuma e manteve-se tal como estava, o que valeu um comentário da médica "Ela é teimosa...". Ao que o pai responde "Sai à mãe". Ah pois sai...nem sabes tu o quanto!


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