segunda-feira, 13 de maio de 2013

Porque nunca se apaga a nossa luz...

Eu não acreditava. Admito. Já tinha entregue o campeonato há muito tempo. Tudo correu mal e quando nos dava jeito um pouquinho de sorte, nem vê-la. Nem nos meu sonhos mais otimistas imaginei os vermelhos a perder pontos com o Estoril, em casa. E por isso, a minha esperança neste final de época era nula. O excesso de confiança deles contagiou-me. Acreditei que eles estavam realmente tão fortes como queriam fazer parecer. Mas o campeonato tem 30 jornadas e é preciso correr até ao fim.
Perdidos os pontos contra o Estoril, o nosso adversário voltava a dar-nos a possibilidade de dependermos só de nós próprios. Erro crasso. Uma benesse dessas não se dá a uma equipa como o FCP.
No sábado saí de casa com a I. quando o jogo começou. Fomos dar uma volta ao Sr. de Matosinhos para me tentar abstraír. A primeira parte aguentou-se bem. Mas à medida que os minutos iam passando eu estava a ter cada vez mais dificuldade em não pensar no assunto. Aproveitei um momento em que ela foi andar num carrossel e corri até à barraca mais próxima com televisão. 1-1 aos 69 minutos de jogo. “Que caraças, queres ver que não vamos ganhar a estes vermelhos!” Deixei-a andar nos carrosseis todos que ela quis. Enquanto ela andava, eu espreitava o jogo. E nada...sempre o mesmo resultado e já estavamos nos 86 minutos. “Eu não acredito!”. Nessa altura mais pessoas começaram a juntar-se ao redor do ecrã e eu decidi que não aguentava não ver os últimos minutos. A dúvida era o pior dos tormentos. E assim ficamos em frente ao ecrã, ela a lambuzar-se com um enorme pedaço de algodão doce. Eu, de mãos entrelaçadas a esgotar a minha fé naqueles instantes derradeiros.
Não sei explicar o que senti quando marcamos o golo. Talvez um misto de incredulidade e de euforia. Não me lembro bem. As pessoas à minha volta, desconhecidas, abraçavam-se e gritavam, enquanto outros se ajoelhavam. O meu primeiro pensamento foi para os meus companheiros de sofrimento Portista que estavam em casa a ver o jogo. Nessas alturas penso sempre em piripaques cardíacos e coisas do género. O segundo foi para os nossos adversários. Que frustração! Não tive pena porque era matar ou morrer, mas desejei nunca ter de passar pelo mesmo que eles. Faltou coragem ao nosso adversário e essa foi desde sempre a nossa maior arma.
Agora que só falta um jogo e já passamos as meias, venha de lá essa final.

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